No dia 1º de Setembro de 1994 a Rede Manchete de Televisão transmitiu o primeiro episódio dos Cavaleiros do Zodíaco depois de uma negociação tensa com a distribuidora de brinquedos Samtoy. O responsável foi Eduardo Miranda, da divisão de cinema da extinta emissora, que ao assistir o trailer do anime achou o mesmo inadequado para a programação infantil da emissora, pois o mesmo só continha uma série de cenas de violência sem sentido.
A Manchete estava caminhando para falência, precisava da patrocínio da Samtoy, que por sua vez não conseguia colocar CDZ em nenhuma emissora. Eduardo pediu para ver os episódios completos para analisar melhor e depois de receber 5 episódios da empresa, percebeu que o anime não tinha nada a ver com a violência desconexa do trailer de 15 minutos antes apresentado. A partir daí, a história dos animes no Brasil começava realmente. (Abaixo: Primeira abertura de CDZ no Brasil)
A dublagem foi feita às pressas na Gota Mágica, com direção de Gilberto Baroli (Saga). Era uma desenho japonês, com roteiro traduzido do inglês e a dublagem dos vídeos recebidos era em espanhol, o que produziu uma série de erros na dublagem brasileira, além das trocas constantes de dubladores. Também não houve tempo para escolher o elenco, Gilberto já dublava tokusatusus e teve que dublar vários personagens, assumindo Saga depois da saída de Walter Breda. Seu filho Hermes assumiu Seiya; uma leva de novos dubladores (Francisco Bretas, Ulisses Bezerra, Leonardo Camilo e Sérgio Ruffino) assumiram os demais protagonistas. Logo Sergio precisou ser substituído por Élcio Sodré na dublagem do Shiryu.
A Manchete tinha cerca de 50 episódios, mas o sucesso foi tanto que a emissora apressou-se em comprar um novo pacote deles. No seu auge, CDZ alcançava incríveis 15 pontos de Ibope no horário nobre. A Samtoy também faturou com a venda de mais de 400 unidades de brinquedos só no primeiro lote (a previsão era 90 mil). No Natal de 1995 ela vendeu mais de 1 milhão de bonecos, faturando mais de 50 milhões de reais. O anime também rendeu um CD de músicas (acima), que chegou a tocar até no programa da Xuxa, na Globo. Com tanto sucesso a Manchete investiu pesado, trazendo uma série de novos animes para a grade da emissora, como: Shurato, YuYu Hakusho (abaixo), Sailor Moon, Samurai Warriors, etc.
CDZ é considerado a porta de entrada para os animes no Brasil. Graças ao seu sucesso, não só a Manchete, mas também outras emissoras investiram no seguimento. A Globo trouxe Samurai X (Rurouni Kenshin), mesmo que todo fatiado, e o SBT trouxe As Guerreiras Mágicas, Fly (Dragon Quest), Street Fighter II V e acertou em cheio com Dragon Ball (abaixo), mesmo não comprando todos os episódios. Então, é muito provável que foi graças à CDZ que Dragon Ball, outro grande sucesso, chegou ao Brasil.
A Manchete faliu em 1998 e só mais tarde a Record (com Pokémon - uma febre), a Globo (vários) e a Band voltaram a investir em animes. A Band trouxe Dragon Ball Z em 2000 no programa Band Kids, o que resultou na segunda explosão de animes no Brasil. Com o sucesso de DBZ o mercado de mangás se abre no Brasil com o lançamento de DB e CDZ pela editora Conrad (com propaganda no Band Kids). As vendas foram muito maiores que o esperado e mais uma vez CDZ (agora junto com DB) abriu as portas para as produções japonesas, agora os mangás.
Cavaleiros do Zodíaco só retornaria a TV aberta em 2004 na Band, 10 anos depois de seu lançamento pela Manchete. Junto com o retorno, voltou também o sucesso e agora uma nova leva de fãs, gente que não teve a oportunidade de conhecer a série nos anos 90. Depois disso, CDZ teve uma história cheia de idas e vindas na emissora, até o mercado de animes se fechar de vez na TV aberta no país. Porém, a internet fez com que todas as barreiras entre os fãs e os animes fossem quebradas e é assim que CDZ se mantém forte até os dias de hoje. 20 anos depois de seu lançamento no Brasil, a franquia retorna no dia 11 de setembro com uma nova roupagem no filme "A Lenda do Santuário", mas não acaba por aí. Com o sucesso de CDZ, com as heranças deixadas, um contingente de fãs espalhados pelo país manterão a série viva ainda por muito tempo, até porque a história dos Cavaleiros de Atena parece longe de acabar.
Referências: Omelete e CavZodíaco
A Manchete estava caminhando para falência, precisava da patrocínio da Samtoy, que por sua vez não conseguia colocar CDZ em nenhuma emissora. Eduardo pediu para ver os episódios completos para analisar melhor e depois de receber 5 episódios da empresa, percebeu que o anime não tinha nada a ver com a violência desconexa do trailer de 15 minutos antes apresentado. A partir daí, a história dos animes no Brasil começava realmente. (Abaixo: Primeira abertura de CDZ no Brasil)
A dublagem foi feita às pressas na Gota Mágica, com direção de Gilberto Baroli (Saga). Era uma desenho japonês, com roteiro traduzido do inglês e a dublagem dos vídeos recebidos era em espanhol, o que produziu uma série de erros na dublagem brasileira, além das trocas constantes de dubladores. Também não houve tempo para escolher o elenco, Gilberto já dublava tokusatusus e teve que dublar vários personagens, assumindo Saga depois da saída de Walter Breda. Seu filho Hermes assumiu Seiya; uma leva de novos dubladores (Francisco Bretas, Ulisses Bezerra, Leonardo Camilo e Sérgio Ruffino) assumiram os demais protagonistas. Logo Sergio precisou ser substituído por Élcio Sodré na dublagem do Shiryu.
A Manchete tinha cerca de 50 episódios, mas o sucesso foi tanto que a emissora apressou-se em comprar um novo pacote deles. No seu auge, CDZ alcançava incríveis 15 pontos de Ibope no horário nobre. A Samtoy também faturou com a venda de mais de 400 unidades de brinquedos só no primeiro lote (a previsão era 90 mil). No Natal de 1995 ela vendeu mais de 1 milhão de bonecos, faturando mais de 50 milhões de reais. O anime também rendeu um CD de músicas (acima), que chegou a tocar até no programa da Xuxa, na Globo. Com tanto sucesso a Manchete investiu pesado, trazendo uma série de novos animes para a grade da emissora, como: Shurato, YuYu Hakusho (abaixo), Sailor Moon, Samurai Warriors, etc.
CDZ é considerado a porta de entrada para os animes no Brasil. Graças ao seu sucesso, não só a Manchete, mas também outras emissoras investiram no seguimento. A Globo trouxe Samurai X (Rurouni Kenshin), mesmo que todo fatiado, e o SBT trouxe As Guerreiras Mágicas, Fly (Dragon Quest), Street Fighter II V e acertou em cheio com Dragon Ball (abaixo), mesmo não comprando todos os episódios. Então, é muito provável que foi graças à CDZ que Dragon Ball, outro grande sucesso, chegou ao Brasil.
A Manchete faliu em 1998 e só mais tarde a Record (com Pokémon - uma febre), a Globo (vários) e a Band voltaram a investir em animes. A Band trouxe Dragon Ball Z em 2000 no programa Band Kids, o que resultou na segunda explosão de animes no Brasil. Com o sucesso de DBZ o mercado de mangás se abre no Brasil com o lançamento de DB e CDZ pela editora Conrad (com propaganda no Band Kids). As vendas foram muito maiores que o esperado e mais uma vez CDZ (agora junto com DB) abriu as portas para as produções japonesas, agora os mangás.
Cavaleiros do Zodíaco só retornaria a TV aberta em 2004 na Band, 10 anos depois de seu lançamento pela Manchete. Junto com o retorno, voltou também o sucesso e agora uma nova leva de fãs, gente que não teve a oportunidade de conhecer a série nos anos 90. Depois disso, CDZ teve uma história cheia de idas e vindas na emissora, até o mercado de animes se fechar de vez na TV aberta no país. Porém, a internet fez com que todas as barreiras entre os fãs e os animes fossem quebradas e é assim que CDZ se mantém forte até os dias de hoje. 20 anos depois de seu lançamento no Brasil, a franquia retorna no dia 11 de setembro com uma nova roupagem no filme "A Lenda do Santuário", mas não acaba por aí. Com o sucesso de CDZ, com as heranças deixadas, um contingente de fãs espalhados pelo país manterão a série viva ainda por muito tempo, até porque a história dos Cavaleiros de Atena parece longe de acabar.
Referências: Omelete e CavZodíaco
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