sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Saint Seiya Ômega - Análise Final

Resolvi criar esse post para tentar esclarecer algo que considero um equívoco dos fãs com relação a série Saint Seiya Ômega. Me parece que há uma interpretação errônea do que se trata o anime e para quem ele é feito. Então falarei por pontos (temas) para ficar mais claro.


1º - Ômega, Lost Canvas, Episódio G e Saintia Shô são spin-offs, ou seja, não pertencem a cronologia oficial de CDZ, que no caso é a série clássica. Sendo assim, elas não alteram a história, são apenas histórias paralelas, que sequer precisam se encaixar na história original criada pelo Kurumada. Assim, o mangá Next Dimension representa a continuação oficial da série clássica e nada mais é que os verdadeiros passado e futuro de Saint Seiya.

2º - No Japão, a transmissão de CDZ na TV foi há muito tempo. Por lá, CDZ passou na TV entre 1986 e 1989. A Saga de Hades só foi lançada em 2002 e em formato OVA (direto para o mercado de vídeo). As gerações mais recentes pegaram o bonde andando e se tornou necessário que fossem criadas outras séries para que estas captassem outros públicos. Uma delas foi o Ômega, voltada para um público mais novo. Essa série tem a missão de chamar a  atenção das crianças para os tais cavaleiros lendários que ajudam os protagonistas da série e assim atrair também esse público que está crescendo. CDZ fez parte da nossa infância em suas transmissões na TV aberta no Brasil de 1994 a 1998 e depois em 2004 novamente, mas dessas crianças JAPONESAS nem tanto.

3º - Saint Seiya para todos os públicos. O Ômega só é mais um dos planos do Kurumada e de todo um grupo para expandir a "marca" Saint Seiya a todos os públicos possíveis. Saint Seiya é o grande ganha pão do Kurumada (a galinha dos ovos de ouro) e ele não perde tempo em explorá-lo. Enquanto produz continua com calma a sua obra original, ele não hesita em criar ou autorizar a criação de outras séries, que vão lhe garantiro pagamento de direitos ou porcentagens nas vendas de produtos, etc. (Ele tá mais do que certo, vive disso). Recentemente foi lançado o mangá Saintia Shô, para meninas.

4º - Ômega é para crianças. Mas você pode dizer: "eu assistia CDZ quando era criança e não era assim". Mas na época de CDZ na Manchete (na Band foi reflexo do sucesso anterior) não se tinha ideia da separação de públicos que tem entre os animes, ou seja, uma faixa de idade para cada um. Nos anos 90 era comum ver animes como Street Fighter ou Samurai X nos programas infantis matinais aqui do Brasil, pela cultura de que "desenhos" são coisas de criança, quando no Japão os animes são para todas as idades, dos infantis aos adultos.

5º - Classificação dos Animes/Mangás. Como dito anteriormente, o Ômega é feito para um público infantil, menor do que o habitual para CDZ, podendo ser classificado como um Kodomo. Irei explicar esse e outros termos a seguir:

  • Kodomo: Gênero voltado para o público infantil. Visam a simplificação para melhor compreensão das crianças, com traços geralmente simples e delicados e com olhos bem grandes para que as crianças  possam entender a emoção dos personagens por eles. Tem como característica uma história simples e personagens mais engraçados/fofos (Pode ter traços mais complexos, mas geralmente os autores não têm esse cuidado). Feito para crianças de 6 a 12 anos. Ex: Hamtaro, Pokémon, Beyblade, Medabots, Ômega.
  • Shounen: Voltado para adolescentes do sexo masculino. Geralmente envolto em muita ação e aventura com belas mulheres. Histórias com ênfase na superação, amizade e objetivo. Público alvo de 13 a 18 anos. Como geralmente essa faixa é muito consumista, acaba que a maioria dos autores focam nesse mercado pois a chance de o anime dar muito lucro é enorme. A maioria dos animes mais conhecidos no mundo são exatamente desse gênero. Ex: DBZ, Naruto, One Piece, Saint Seiya (O mangá tem características seinen também, mas o anime é um shounen clássico).
  • Seinen: A grande diferença entre Shonen e Seinen esta nos temas e no conteúdo maduro. Geralmente exploram muito a violência e tem uma história mais complexa. A diferença entre Seinen e Shounen é muito relacionada a traços e emoção. O Seinen tem a tendência de deixar a história muito mais próxima do que seria na vida real, preza muito mais as emoções como raiva, inveja e mostra também muito mais violência e ação comparado ao Shonen. Em resumo: O Shounen idealiza muito os personagens já o Seinen mostra mais os defeitos e fraquezas. Feito para jovens adultos de 18 a 25 anos. Ex: Berserk, Gantz, Lost Canvas (Tem muitas características de seinen, apesar de ter sido publicado em uma revista para shounens).
  • Shoujo: É um termo usado para se referir a animes e mangás para garotas. Os mais conhecidos no Ocidente são os romances ou comédias românticas que normalmente envolvem personagens da mesma idade do público-alvo (adolescentes). Foi puxado no ocidente pela força dos animes Shounen, para agradar as meninas. Ex: Sailor Moon, Sakura, Saintia Shô (tem características tanto de Shoujo quanto de Seinen).

6º - Ômega não tem nada a ver com Lost Canvas. O fim do Ômega não representa a volta do Lost Canvas, que era produzido pela TMS e não pela Toei como o restante de CDZ. E o seu fim também não representa a animação do Next Dimension, pois se ela foi lançada, um dos motivos é justamente a demora do Kurumada em avançar com o mangá. E também para testar a popularidade de Saint Seiya na TV, podendo influir (de modo discreto, não determinante) no lançamento do ND para TV ou em OVA.

7º - Sucesso? O Ômega talvez não possa ser considerado um sucesso absoluto, mas é com certeza um bom negócio para a Toei, principalmente considerando seu gênero. A audiência na TV japonesa é moderada, variando entre 2 e 3 pontos. Sua principal dificuldade é concorrer justamente com o anime mais assistido atualmente "Sazae-San" (transmitido no mesmo horário). Mas, fica pouco atrás da transmissão de Naruto Shipuuden e ficando na frente de "Yu-Gi-Oh Zexal" e da mais nova temporada de "BeyBlade" em alguns meses. A série rendeu uma segunda temporada (algo que nem todos os animes do estilo conseguem), DVDs e Blu-rays, além de bonecos e um jogo para PSP, dentre outros produtos.



Concluindo

Para assistir Saint Seiya Ômega é preciso vê-lo com outros olhos ou senão deixar de assisti-lo, pois assim será impossível gostar dele. A série provavelmente não terá nenhuma história mais complexa ou intrigante, terá doses bem moderadas de violência, não terá traços muito melhores que esses, etc. Por isso, é provável que não agrade os fãs tradicionais de CDZ e é melhor se conformar. Ao mesmo tempo, também não influirá na história original e só acrescenta mais uma produção ambientada no mundo de deuses e armaduras de Saint Seiya.

Você pode achar a série ruim, mas provavelmente é porque ela não foi feita pra você. E pensando de outra forma é possível encontrar pontos positivos na mesma. Se ao compará-la com a série clássica ela fica a anos-luz de distância, ao compará-la com outras séries que vemos por aí, ou mesmo analisando individualmente, veremos que ela é uma boa série, nada de espetacular, mas que pode ser divertida.



Nota: Toda classificação é arbitrária, então não levem ao pé da letra. Os autores costumam não gostar de classificar suas obras, mas geralmente as revistas o fazem, porém é normal que mangás e animes tenham características diversas, andando por mais de um estilo. E ainda existem outras classificações além das apresentadas aqui, essas são as mais comuns.

18 comentários:

  1. cara... tem muitos erros ai; o primeiro e sobre lost canvas. eles e um shounen. cdz original era seinen (manga nao o anime)

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    1. Não há erro algum. Lost Canvas é um seinen sim, todas as suas características são desse estilo, só que muitas vezes os animes desse estilo são classificados genericamente como shounens tbm.

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    2. Saint Seiya (clássico), The Lost Canvas e Next Dimension são shounen pois são publicados em revistas shounen: Shounen Jump (SS clássico) e Shounen Champion (TLC e ND).

      Episode.G e Saint'ia Sho são seinen, pois são publicados em uma revista seinen: Champion Red.

      Saint Seiya Omega é um kodomo pois é puvlicado em uma revista kodomo: Kerokero Ace (que antes era considerada shounen).

      Um dos únicos meios de classificar um mangá com precisão ê sabendo em que revista ele é publicado e isso ás vezes é meio confuso pois séries como Cowboy Bebop e X/1999 são consideradas shoujo pois são de revistas shoujo apesar de não parecerem ser shoujo e já séries como K-On!! e Slayers são seinen pela mesma explicação.

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    3. As revistas não classificam nada. Elas lançam o que dá na telha. Uns animes claramente shojo são lançados como seinen, estes como shonen, etc. Elas querem saber é que vão fazer sucesso.

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    4. Porém o mangá só será classificado como tal dependendo de que revista ele veio.

      Ex:
      Se um mangá é publicado na Shonen Jump ele será considerado shonen por ser publicado lá, outro exemplo é se um mangá é publicado na Young Magazine ele será considerado seinen pelo mesmo motivo!

      Porém cada editora tem seu critério de classificação. As revistas Shonen Ace e Asuka Fantasy da Kadokawa Shoten, por exemplo, são revistas shonen e shojo porém suas obras são bem mais violentas e perplexos do que de outras revistas do mesmo gênero de outras editoras. porém para concluir, digo que todas essas classificações de público são baseadas de acordo com o povo japonês, pois se fossem baseados de acordo com outros povos essas definições de público seriam bem diferentes.

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    5. A classificação apresentada na postagem não é única, nem definitiva. Como dito pelo Alyson, cada revista usa seus próprios critérios e as características de cada estilo são bem gerais, podendo um mesmo mangá guardar características de mais de um estilo.

      Cada autor também classifica seu mangá da forma que ele prefere e alguns autores nem gostam de definir seus mangás, por considerar as classificações genéricas e reduzirem o público alvo.

      A postagem tenta trazer apenas uma ideia geral dos públicos a quem se destinam as séries que carregam o nome Saint Seiya e também mostra uma visão diferente sobre o Ômega.

      Outras abordagens acerca do Ômega podem ser vistas no marcador "matérias" ou no "SS Omega", com análises preliminares ainda do início e do meio da série.

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  2. Eu tenho minha própria definição da série; nunca reclamei por ser para um público infantil. Por isso, quero deixar claro a minha opinião aqui, dentro das categorias que foram colocadas.
    Em relação ao 1º ponto: Sim, eu sei que tudo isso são spin-offs. Mas a diferença de qualidade entre um e outro é inegável, e ser voltado para um público infantil não tem nada a ver com isso.
    2º: Aqui também foi, a diferença é que no Japão o consumo de animes é feito por todas as idades. De novo, não tem nada a ver com qualidade.
    3º: Eu sei que as épocas são diferentes. Yuyu Hakusho era ainda mais violento e passava junto. Nunca reclamei de falta de drama ou violência, mas essa história de público infantil tá sendo desculpa pra Toei não se preocupar com qualidade. A criançada não quer saber disso, então eles botam cores bonitas, rostos bonitos, ganham seu dinheiro e tá tudo bem.
    4º: O mesmo de cima. Qualquer um que conhece a indústria de animes sabe que existem animes bem infantis (kodomo) ou shoujo que conseguem agradar outros públicos por serem realmente bons. Um bom exemplo disso é Card Captor Sakura, um shoujo que deu certo até entre os marmanjos. O que significa que sangue derramado e ossos quebrados não fazem necessariamente uma boa história.
    5º: Digimon é Kodomo também certo? Alguém aí conhece a terceira temporada (Tamers)? Qualquer um que tenha assistido as quatro temporadas antigas sabe que a terceira é superior DEMAIS. E não precisaram subir a classificação etária pra isso.
    6º: Eu também sei que não. Mas já que o LC não é um caça-níquel, resolveram seguir o caminho capitalista. O público nunca foi importante, enquanto o dinheiro tiver entrando tá bom pra eles.
    7º: Se mantivessem a temática infantil, mas melhorassem a qualidade, que é SIM possível sem interferir na classificação, atingiriam um público maior, a série faria mais sucesso, e eles ganhariam mais dinheiro. Agora, isso é incompetência ou preguiça?
    Eu sei que tá bem longo, mas isso é importante. Os três pontos que mais me irritam são: Os clássicos não lutarem por causa da ferida das trevas na 1ª temporada. Não dá pra engolir isso. Eles derrotaram deuses nos Elísios com as armaduras divinas, depois de atravessarem o inferno vivos. E isso há muito tempo atrás. Não era para eles terem superado isso sem problemas? Qualquer criança vai dizer que o Kouga é mais forte que o Seiya, o que é errado. Não quero desmerecer os personagens novos, mas se fosse uma geração 200 anos no futuro, assim como o LC é no passado, não reclamaria tanto.
    Os cavaleiros de aço. Entraram na série clássica só pra enrolar a história, mas a Toei quer convencer a todo custo que a criação deles é importante pra série. Qualquer criança mais esperta percebe que eles são inúteis e desnecessários.
    Haruto de Lobo. Pelo amor de Deus, só trocaram a primeira letra? Eles estavam tão desesperados assim? Conheço fãs de Naruto, tanto crianças quanto pessoas da minha idade, e eles ODEIAM esse cara. Tirando muitas outras coisas sem nenhum sentido, mas que não se deram o trabalho de tentar explicar, ou de criar algo mais simples, como a história do Ionia (totalmente sem sentido, e se tem sentido é difícil demais pra decifrar, o que não condiz com a simplicidade do gênero.)
    Acho que é isso. Não existe preconceito quanto ao público-alvo, mas é a típica história de seguir o caminho mais fácil pra conseguir o dinheiro. Infelizmente...

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    1. A idade não é desculpa. Os animes feitos para criança não têm qualidade ruim, mas têm uma qualidade (GERALMENTE) inferior, por primarem pela simplicidade dos traços. Como a história não é mto profunda e ñ é feito para um público mto exigente, ñ precisa ser uma superprodução.

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    2. Tudo que é feito de CDZ (e qualquer outro anime) é para ganhar dinheiro. O Ômega, como todas as séries spin-off, são mercadológicas. Mas assiste quem quer. o público-alvo não é dos fãs tradicionais, mesmo que outros públicos sejam atingidos independente do estilo do anime.

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    3. Mas não precisa ser uma superprodução. Nunca reclamei do traço ou da animação abaixo da média. Muito pelo contrário, gostei do traço da série desde o início. Todos sabemos que é impossível para um anime longo manter uma qualidade alta do início ao fim. Tem a ver com os conceitos, o que a série ensina. Muitas coisas acabaram sendo deturpadas e ignoradas, quando podiam simplesmente copiar o original (salvo as devidas moderações quanto á censura).

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    4. Mas a intenção do Ômega não é essa. É outra série, que usa apenas a obra do Kurumada como base para desenvolver sua própria história, com seu próprio ritmo.

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    5. É preciso entender o Ômega como outra série, onde os protagonistas são outros e os personagens protagonistas da série clássica são coadjuvantes nessa série. Por isso que foi evitada a participação maior deles na primeira temporada.

      Acho que as críticas sobre o Ômega são duras demais para a série, mas isso já era esperado por causa do peso do no Saint Seiya.

      Porém não custa nada lembrar que o mesmo não pertence a série clássica, que é a única que pertence à cronologia oficial. Sendo assim, o ND é o verdadeiro futuro e passado da série, sendo O LC e o Ômega apenas spin-offs.

      Grato pela participação de todos.

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  3. Cara na minha opnião eu acho que o inuyasha chega junto com a turma dele e o yusuki junto com a galera dele tbm e manda todo mundo pro espaço e acaba essa série que é muito é comercial.

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    1. Inuyasha e Yuyu Hakusho também são ótimas séries. Gosto bastante das duas, mas principalmente da segunda. ^^

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  4. Mesmo sendo um spin off, eu acho que não deveriam que fugir do estilo do anime original, como golpes muito apelativos, cada armadura ter um elemnto e o portador dá armadura poder controlar esse elemento, sei lá acho meio apeltivo. no saint seta os golpes são bem simples não tem muita encheção de linguiça. Outra, as armadura paressem de boracha, muito gail. E os cavaleiros agora treinam na pallaestra, em vez de treinar com seu próprio mestre como era no as original.

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  5. Para mim o Omega ta se superando a cada episodio, e o anime ta fantastico, melhorou em tudo, enredo, lutas, efeitos especiais, carisma de seus personagens principais, e o melhor trazendo os LENDARIOS cavaleiros de BRONZE!!! O episodio que o grupo lutou junto a Shun foi um deos melhores que vi ate agora!!!

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  6. Só de criarem esse spin off, os fãs deveriam estar comemorando, trazendo um spion off do grande lendario anime, modernizando o mesmo para os dias atuais, e claro que é para um publico alvo infantil, mesmo assim a qualidade do anime evoluiu demais nesses ultimos episodios!!!

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    1. Concordo com você. Eu sou daqueles que acha que tudo que for produzido de CDZ, seja para que público for, é bem-vindo. Pior é a série cair no esquecimento e não termos mais nada de Saint Seiya. Além disso, se a franquia não for rentável para a Toei e para o Kurumada CDZ acaba de vez.

      No Brasil as pessoas pegaram um costume terrível de criticar tudo e qualquer coisa (talvez seja um problema mundial). Como exemplo eu vi no futebol, um time ganhou 7 jogos seguidos e por ter perdido 1 (não era decisivo) a torcida vaiou os jogadores. Isso não acontece na Europa, nem se o time vier de uma sequência ruim. Isso está acontecendo em todo lugar, mas principalmente na internet, onde as pessoas estão protegidas pelo anonimato.

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